sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Adendo à promessa

Antes estava sempre aqui
Agora pode não estar mais

Antes era só chamar e iria
Agora, quem sabe, não vá

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Do amor ao ódio em pequenas doses de desinteresse

As palavras dançavam na mente
Amava tanto...
Tanto que ao mesmo tempo odiava
Machucava sentir raiva
Doía amar sem um amor se ter presente

"Já não lhe faço falta?"
Perguntar traria dor
O silêncio a amargura da derrota
Não queria ser covarde
Covardia para não ser incomodo
Não queria ferir
Mas por amor feria-se
Esperava sem perder a saudade

Por que o medo da verdade?
Por que o medo da sinceridade?

Precisava saber se importava
Mas pensava...
Já não existe à tanta gente!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Por trás das lentes de vidro

Passaram a ver mais os olhos
Viviam sempre escondidos
Os olhos de agonia
Carregados das dores
Isso eles escondem nas cores

Viam os olhos tão belos
Indagavam a sua realidade
De que cor seriam?
São olhos nublados
A chuva varia as cores dos dias
A luz modifica os cinzas dos mundos
Mas o Sol nunca vem após a tempestade nos olhos
Olhos de chuva
Tempestuosos pela eternidade

Cada olho uma janela da vida
Um universo nas nebulosas das iris
Olhos finalmente visíveis
Finalmente vendo a vida em seu mundo

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

As dúvidas que giram

Será que sabe a dor que causa?
Na mente, no corpo, na vida...

E foi assim que teve um fim
Pelo menos desse momento
Pelo menos nesse questionamento

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Em busca da corda que não mais aparece

Teve aquela vez que estava em um buraco no mundo
E ninguém via, ninguém olhava para baixo
Ao menos lá no buraco nada podia me derrubar além do fundo
E então alguém me viu, sozinha no meu lugar mais profundo

Alguém jogou uma corda e disse "suba"
Mas o buraco era seguro
Triste, mas tão seguro
Sozinho, mas nunca mais fundo
"Suba"

E alguém segurou uma corda
Alguém segurou o meu peso para que eu pudesse sair
E, apesar do medo, eu subi

Agora eu cai
Desde ontem estou aqui
Desde ontem eu me perdi

Porém o buraco já não me convém
Me causa dor e medo
E eu grito por um alguém
Do jeito silencioso, mas é o mais alto que posso

Chamo por um alguém, mas o alguém nunca vem
Peço para alguém que me ajude, irei até lá em cima mais uma vez
E o alguém joga uma corda e diz "suba"
Mas no meio do caminho já não pode mais segurar a corda
"Outro dia, amanhã, depois talvez"
Mas o alguém nunca vem

A espera machuca
Cada vez que chama, alguém escuta
Parece querer que eu vá para cima
Mas meu peso já não aguenta

Cansei de chamar
Cansei de esperar
Não vou mais pedir pela corda
Não vou mais pedir para ir lá em cima

No buraco é terrível
Mas pior é cair tentando sair
Cada tentativa machuca
A espera mata ali no covil
A dor me consome por todos os lados
Em todos os membros
Nos sonhos e pesadelos

E eu ainda espero por uma corda
Mas o alguém nunca vem