segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Os cometas

Depois de toda a esperança
Das noites imaginando a sua presença
Após anunciar que com você eu feliz partiria
Você partiu sem mostrar sua vinda
Tocou o Sol e em pedaços se fez
Despedaçando também o meu sonho inocente
Não poderei ainda encerrar essa vida
Sem que fora dos sonhos eu veja
Sua incandescência deslumbrante
Sua cauda passageira brilhante
Em meio as estrelas eternas
Meu horizonte solitário e distante

Obs: Adeus Ison

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Crônicas do dia... queridas alucinações (As histórias divididas)

Hoje me coloco aqui nesse papel (agora não é mais papel, mas pequenos elementos de memória cibernéticos) para falar do que aconteceu nos últimos tempos da última temporada (não sei quanto tempo é isso) dessa vida (a minha).
Bom, dividi as histórias em histórias divididas (momento redundante)! É que senão é conteúdo demais e eu sei que vira algo chato, eu mesmo me chateio (sim, me chateio com minha própria história). Com o tempo elas aparecem, em pequenas doses de palavras, que se estendem momentaneamente. Já aviso que não é nada incrível, nem um pouquinho mesmo, nadinha, juro! Se você esperava um grande acontecimento você, certamente, não encontrará! Se você esperava por algo culto e empolgante, sinto muito, hoje não será (ou foi). Enfim...

Outro dia (desses que a gente vive todo dia) foi um dia comum, desses que você dorme em certa hora da escuridão e desperta com a luz lá fora. E o despertador tocou como em toda manhã. E como uma pessoa relativamente comum, você o desliga quando ele passa a ser irritante. Bom, como eu disse, nada incrível.
E foi uma manhã dessas que levantei para desliga-lo (o despertador), caminhando até onde ele estava (ele fica longe, as vezes o desligo dormindo, já explico a razão), apertando o botão que encerrava o seu grito matinal, sem nem mesmo ver a hora. Como em qualquer dia comum ele ficou calado e, apesar do sol lá fora, pude ouvir aquele silvo agudo de uma sirene aguda seguida de uma frase aguda e outro silvo agudo (tudo era agudo), frase, silvo, frase, silvo...
E o silvo, ou a sirene, ou melhor, aquilo que vinha depois dela, dizia claramente: "Alerta de ciclone, aletra de ciclone, (silvo, silvo (era um silvo duplo)) Alerta de ciclone. Separe itens essenciais e aguarde ser deslocado para área segura (silvo)..." 
Esse foi o momento que tive algumas indagações, (não questionei a existência do alerta) como quem iria me encaminhar pra onde? (um ciclone certamente faria isso). Porém, mesmo sem entender nada, prontamente corri pegar a torradeira e esperei enquanto a voz chata gritava sem parar com sirenes agudas.
Sim, peguei uma torradeira como item importante, mas não sem uma torrada dentro! Então uma policial entrou e disse que eu devia entrar em um carro, que mais parecia um vagão estranho e amarelo, para me deslocarem para um local seguro, mas cuidado! (disse ela) esse carro pode dar choques. Corri pegar minha identidade também, apesar dos protestos da policial. Ressalto: torradeira, torrada e identidade, tudo que é necessário para sobreviver ao ciclone. E consegui entrar no carro sem levar um choque terrível (lembrem, era para minha segurança). Quando me vi acomodada no estranho carro me vi sentada no sofá da sala, olhando para o local de onde vinha a sirene, que foi sumindo lentamente.

É, você alucinou bonito aquele dia (falo com meu cérebro). Consegui fugir de um ciclone dentro do meu apartamento, com minha torradeira. Sério, torradeira, torrada e identidade? E você ainda achava que isso estava acontecendo mesmo, seu idiota? (é com meu cérebro, se você chegou até aqui, leitor, você é legal e não idiota (pelo menos não idiota o suficiente pra fugir de um ciclone com uma torradeira, eu espero))

Bom... As vezes meu apartamento vira outro mundo. Na próxima divisão explico melhor... Agora tenho que ir, um ciclone vem chegando! Vem?
E, não menos importante, avisem minhã mãe que minhas alucinações tem virado premonições (não me refiro ao ciclone agora)... Não, não precisa, já prevejo que ela não achará interessante.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Saturno e os corpos orbitantes

Saturno não estava presente apenas no corpo
Era um pouco Saturno por dentro

Mesmo rodeado de tantos anéis, dezenas de satélites, milhares de rochas e incontáveis partículas de poeira era, na sua existência, apenas um mundo imenso...
Imensamente grande e solitário

A sua volta giram diversas decepções que um dia podem ter sido algo
Agora eram decepções que o rodeiam
Até que a gravidade do mundo e das ações deixem de existir
Porque o universo muda constantemente

Algumas se afastam e giram até que, de tão distante, tornam-se pequenas lembranças de uma órbita passada
Outras rochas acompanham o seu movimento
Rochas que um dia se chocam, mudam de forma, trocam seu comportamento, se afastam
Encontram outro mundinho para orbitar
Um mundo melhor, mais condizente
Ou menos misterioso por dentro

E Saturno continua lá
Como outros planetas
Cheio de corpos ao seu redor
Mas solitários em um universo vazio

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Adendo à promessa

Antes estava sempre aqui
Agora pode não estar mais

Antes era só chamar e iria
Agora, quem sabe, não vá

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Do amor ao ódio em pequenas doses de desinteresse

As palavras dançavam na mente
Amava tanto...
Tanto que ao mesmo tempo odiava
Machucava sentir raiva
Doía amar sem um amor se ter presente

"Já não lhe faço falta?"
Perguntar traria dor
O silêncio a amargura da derrota
Não queria ser covarde
Covardia para não ser incomodo
Não queria ferir
Mas por amor feria-se
Esperava sem perder a saudade

Por que o medo da verdade?
Por que o medo da sinceridade?

Precisava saber se importava
Mas pensava...
Já não existe à tanta gente!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Por trás das lentes de vidro

Passaram a ver mais os olhos
Viviam sempre escondidos
Os olhos de agonia
Carregados das dores
Isso eles escondem nas cores

Viam os olhos tão belos
Indagavam a sua realidade
De que cor seriam?
São olhos nublados
A chuva varia as cores dos dias
A luz modifica os cinzas dos mundos
Mas o Sol nunca vem após a tempestade nos olhos
Olhos de chuva
Tempestuosos pela eternidade

Cada olho uma janela da vida
Um universo nas nebulosas das iris
Olhos finalmente visíveis
Finalmente vendo a vida em seu mundo

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

As dúvidas que giram

Será que sabe a dor que causa?
Na mente, no corpo, na vida...

E foi assim que teve um fim
Pelo menos desse momento
Pelo menos nesse questionamento

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Em busca da corda que não mais aparece

Teve aquela vez que estava em um buraco no mundo
E ninguém via, ninguém olhava para baixo
Ao menos lá no buraco nada podia me derrubar além do fundo
E então alguém me viu, sozinha no meu lugar mais profundo

Alguém jogou uma corda e disse "suba"
Mas o buraco era seguro
Triste, mas tão seguro
Sozinho, mas nunca mais fundo
"Suba"

E alguém segurou uma corda
Alguém segurou o meu peso para que eu pudesse sair
E, apesar do medo, eu subi

Agora eu cai
Desde ontem estou aqui
Desde ontem eu me perdi

Porém o buraco já não me convém
Me causa dor e medo
E eu grito por um alguém
Do jeito silencioso, mas é o mais alto que posso

Chamo por um alguém, mas o alguém nunca vem
Peço para alguém que me ajude, irei até lá em cima mais uma vez
E o alguém joga uma corda e diz "suba"
Mas no meio do caminho já não pode mais segurar a corda
"Outro dia, amanhã, depois talvez"
Mas o alguém nunca vem

A espera machuca
Cada vez que chama, alguém escuta
Parece querer que eu vá para cima
Mas meu peso já não aguenta

Cansei de chamar
Cansei de esperar
Não vou mais pedir pela corda
Não vou mais pedir para ir lá em cima

No buraco é terrível
Mas pior é cair tentando sair
Cada tentativa machuca
A espera mata ali no covil
A dor me consome por todos os lados
Em todos os membros
Nos sonhos e pesadelos

E eu ainda espero por uma corda
Mas o alguém nunca vem

sábado, 8 de junho de 2013

Dualidade característica

Em um mundo dominado por desonestos
O ser correto
É estar errado

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Fibropsicose

É um gatinho que se aproxima
Sem causar suspeita
Silencioso e lentamente
Cheio de fibra
Mia, gira e ataca
Repentino em meio ao sonho teu
Desfia o interminável tecido da tua vida

Brincadeira cruel e inocente
Ferindo sem ferir
Levando nas garras os fiapos do tempo
Cortes  abertos que nunca cicatrizam